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A Cozinha do Colégio Gentil Bittencourt


O texto de hoje também é uma dica [preciosa] de tema àqueles que desejam pesquisar sobre à História da Alimentação. As possibilidades de análise são inúmeras. Digo isso, porque hoje trago uma dessas inúmeras possibilidades de pesquisa: alimentação à partir das pesquisas em instituições. 

Como assim Sidiana? Então, você pode pesquisar sobre alimentação/práticas alimentares em diversas instituições do Brasil e do Mundo ao longo da tempo. Práticas alimentares dentro do Exército, Marinha, Aeronáutica, Corpo de Bombeiros, nos hospitais, em casas de repouso e nas escolas [de regime internato [especialmente as escolas/institutos mais antigos] e na atualidade temos as escolas de tempo integral, creches e as merendas nas escolas de período parcial. Perceberam as inúmeras possibilidades? Pois é, dentro desta perspectiva inauguro quadro quentinho por aqui: "Alimentação em instituições". E inauguro este novo quadro com dois documentos importantes para nós historiadores: uma fotografia e a planta do prédio onde funcionava o antigo Instituto Gentil Bittencourt, prédio que até hoje é utilizado como escola. [Isso mesmo, o colégio Gentil Bittencourt é o mais antigo em pleno funcionamento na cidade de Belém, claro que com algumas mudanças,  por exemplo, o sistema de internato não funciona mais] A fotografia do refeitório nos permite uma dimensão do quanto ele era grande e a quantidade de internas que haviam na instituição no início do século XX. Observem também que o refeitório ocupa lugar de destaque na planta do 1° Pavimento do Instituto Gentil Bittencourt, colégio fundado originalmente como Recolhimento das Educandas, em 1804, em Belém, pelo bispo D. Manoel de Almeida Carvalho com objetivo de segundo o historiador Bezerra Neto: "(...)visando o amparo de meninas gentias. Posteriormente, ampliou-se o leque de acolhidas, abrangendo desvalidas ou órfãs, tornando-se a obra diocesana importante casa de ensino feminino, subvencionada e submetida à autoridade do governo provincial. Neste contexto, mesmo os setores mais afortunados não ignoravam as vantagens advindas com a matrícula de suas próprias filhas neste educandário. Daí que, no século XIX, o Recolhimento das Educandas conheceu várias reformas".(1) Era portanto,  uma escola em modelo de internato, ou seja, as alunas moravam lá. Inicialmente o Instituto Gentil Bittencourt era sediado em outro prédio, e somente passa a ocupar o prédio "novo" [ cuja planta e a fotografia fazem referência] em 26 de junho de 1906, a referida planta nos permite visualizarmos que havia " um área considerável que englobava: um grande refeitório, local, em que as alunas faziam suas refeições, uma sala de jantar das freiras, a dispensa, a copa e a cozinha.(2)Ao longo do dia, entre as atividades escolares haviam os momentos em que as internas frequentavam o refeitório. Sendo justamente sobre este espaço e todas as questões referentes à ele que nós historiadores e pesquisadores podemos estudar. É portanto, um espaço riquíssimo de análises das práticas alimentares, relações de poder, abastecimento, etc....


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💬 To be continued...


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📚✍️🏽Referências.

🛎O conteúdo deste blog está protegido pela lei n° 9.610 datada de 19-02-1998. Ao de utilizá-los, não se esqueça de dar os créditos.

📸 Refeitório do Instituto Gentil Bittencourt. Álbum do Estado do Pará, 1908. Augusto Montenegro. 1908.

🛎O conteúdo deste blog está protegido pela lei n° 9.610 datada de 19-02-1998. Ao de utilizá-los, não se esqueça de dar os créditos.

(1)José Maia Bezerra Neto. O cotidiano mais do que perfeito: instrução e sociabilidades femininas sob vigília no Recolhimento das Educandas (Belém- Grão-Pará, 1840).Revista HISTEDBR On-line, Campinas, nº 62, p. 98-120, mai2015 – ISSN: 1676-2584. p, 107-108.

(2)📸 Arthur Vianna, O Instituto Gentil Bittencourt:o esboço histórico. Belém, Typ. E Encadernação do Instituto Lauro Sodré. 1906. [Planta do prédio].



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