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Foto do escritordaquiloquesecome

Comidas no casamento de Emma Bovary.

Atualizado: 25 de jul. de 2021

As cenas de casamento nos livros também são momentos importantes pra percebemos as práticas alimentares, os pratos em voga e a Gastronomia.

Na ilustração, de Alfred de Richemont, de 1905, para a edição inglesa de Madame Bovary, foi ilustrado a cena do casamento de Emma e Charles, vale lembrar que como o casamento foi no campo e a prefeitura era distante da casa, assim, "O cortejo, a princípio unido com um só cachecol colorido, que ondulada pelos campos,  ao longo da estreita vereda, serpenteando em meio ao trigo verde, logo se dispersou e separou-se em vários grupos, que se demoravam conversando. O menestrel ia à frente, com a concha do violino enfeitada de fitas; a seguir iam os noivos, os parentes, os amigos, misturados ao acaso, e as crianças seguiam atrás, divertindo-se a arrancar as flores dos caules de aveia, ou a brincar entre elas, sem serem vistas. O vestido de Emma, muito comprido,  arrastava-se um pouco no solo;de vez em quando, ela parava para levantá-lo,  e então,  delicadamente, co. Seus dedos enlutados, retirava a relva rude com pequenas setas de espinhos, enquanto Charles, de mãos vazias, esperava que ela terminasse". (1) Mas, toda a história terá seu ápice quando se descreve a mesa do casamento de Emma e Charles. O casamento termina com uma descrição minuciosa dos itens e também de quem os havia preparado, a mesa preparada para a celebração foi assim diposta: "Nela havia quatro lombos, seis frangos à passarinho, vitela à caçarola,  três pernas de Carneiro e, no centro, um belo leitão assado, cercado por quatro salsichas. Nos cantos havia aguardente em garrafas. A cidra doce engarrafada agitava a sua espuma espessa contra as rolhas, e todos os copos já tinham sido servidos de vinho, até a borda. Grandes pratos de pudim, tremendo por si sós ao menor movimento da mesa, revelavam, desenhadas em suas superfícies Unidas, as iniciais dos noivos em arabescos de finíssimo confeitos. Tinham trazido um confeiteiro de YVetot, para as tortas e doces. Como ele era principiante na região, caprichou muito;e trouxe pessoalmente,  à sobremesa, um bolo escultural que provocou gritos de admiração.  Primeiro, na base, havia uma quadrado de cartão azul, desenhando um templo com pórticos, colunatas e estatuetas de argamassa ao redor, em buracos constelados de estrelas em papel dourado;a seguir, havia, no segundo andar, uma torre de castelo em bolo Saboia, cercada de pequenas fortificações feitas em angélica, amêndoas,  uvas passas, quartos de laranjas; enfim, no último andar, uma campina verde onde havia rochas e lagos de doces e barcos em casca de noz, onde se via um pequeno Amor, um cupido balançando-se em um trapézio de chocolates, e os seus dois pilares terminavam em dois botões de rosas naturais, em forma de bolas, no cimo. Comeram até a noite".(2) O casamento assim aparece como lugar de distinção à  mesa, não bastava apenas servir um bom banquete, era necessário trazer um bom confeiteiro e/ou chef e através do bolo de casamento mostrar toda a opulência que se desejava para uma festa de casamento nos idos do século XIX.

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💬✍🏽 E você? Acha que a relação na atualidade do bolo de casamento mudou? Me conta!

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📚✍🏽 Referências.

✍🏽 Ilustração de Alfred de Richemont para a edição de 1905 de Madame Bovary. In:

https://www.wikiwand.com/pt/Madame_Bovary. Acessado em 1 de julho de 2021. (1) Flaubert, Gustave. Madame Bovary.  Trad: Herculano Villas-Boas. São Paulo: Martin Claret, 2014. Edição especial. p. 45,65.

p. 48,49.

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