A farinha de mandioca compunha a alimentação básica das populações na Amazônia. Desde o século XVI, já é possível encontrar relatos da importância da farinha. Ambrósio Fernandes Brandão, no século XVI, já descrevia a farinha como "um excelente mantimento" ele ainda descreve a maneira como se fabricava a farinha: "(...) se tira aquela raiz de baixo da terra, que é da grossura de um braço, e às vezes mais comprida, a qual, depois de limpada casca de fora, a ralam em uma roda que pera isso têm feita, forrados os seus extremos de cobre, a modo de ralo, e depois lhe expremem todos o sumo muito bem em uma prensa, que pera o efeito se faz; e assim como tiram a mandioca da prensa, vão pondo de parte feita em umas bolas, das quais a desfazem pera a comerem em uns fornos, que pera isso se lavram de barro, a modo de tachas, com fogo brando, é deste modo fica feita a farinha". (1) Ainda no século XVII, o frade "Claude D‟Abbeville observou quando de sua viagem ao Maranhão que para os tupinambás, a base da alimentação se sustentava no cultivo e preparo para o consumo da mandioca.(2) A farinha era constantemente adicionada ao caldo de peixe ou carne (caça) e a essa sopa davam o nome de nugã". (3) Spix e Martius quando estiveram na Amazônia, no ano de 1819, em passagem por Belém nos dizem que:" um saquinho de farinha de mandioca, que o homem do povo leva consigo assegura-lhe a subsistência por oito dias". (4) A farinha era o acompanhamento de tudo,
inclusive da sobremesa, comia-se a banana e outras frutas com farinha após as refeições. Na fotografia, vemos uma Casa de Farinha, na década de 50, do século XX, no Pará. Uma mulher está fazendo farinha num grande forno, muito comum a região. É preciso dizer que essas Casas de Farinha são encontradas em todo o Pará. Apesar do tempo percorrido da imagem, ela poderia representar uma fotografia dos dias atuais. Então, pega uma xícara de café e vêm comigo conhecer um pouco mais sobre a farinha de mandioca, sua importância e sua grande diversidade de usos nas práticas alimentares paraenses.
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To be continued...
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📚✍🏽 Referências.
Casa de Farinha, década de 1950.
ID: 8985; Autor: Dias, Catharina Vergolino, 1928-; Mazzola, Rubens Moreno; Valverde, Orlando.Título: Casa da farinha na BR-14 (PA); Local: [Belém] In: https://biblioteca.ibge.gov.br/index.php/biblioteca-catalogo?view=detalhes&id=48985 acessado em 1 de julho de 2021. 🔖 Qualquer óbice em relação a imagem por favor nos avisar. Uso educacional.
(1)Apud. BRANDÃO, Macêdo, Sidiana da Consolação Ferreira de. As práticas de alimentação na Amazônia presentes nas narrativas de viagem dos naturalistas Spix e Martius. In: Sobre as pegadas de Spix e Martius: 200 anos. Francivaldo Alves Nunes e Wesley Oliveira Kettle (org). Curitiba: CRV, 2020. p. 80. (2) (3)D'ABBEVILLE, Claude. História da missão dos padres Cpuchinhos na ilha do Maranhão e terras circunvizinhas. Tradução de Sergio Millet. Brasília: Senado Federal, Conselho Editorial, 2008, p. 325.
(4) Apud. Spix e Martius, Macêdo op. cit.,p. 25.
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