Em Pernambuco, o consumo de farinha de mandioca era cotidiano e muito comum no século XIX, Louis Tollenare, dizia sobre o Recife, no ano de 1816 que: " A mandioca é uma espécie de euforbeácea (...).Sabe-se que está raiz comida sem preparação é um veneno violento (...) A preparação consiste em raspar a pele negra das raízes (...) Por meio de um ralador circular desfaz-se a polpa (...) em seguida é colocada sob uma prensa que expele o suco venenoso que acompanha a substância salubre e está é posta a secar ao fogo; a polpa, assim purifica a seca, fica reduzida a uma farinha grosseira. É ingerida crua ou cozida. Dizem que também é usada para fazer pão; aqui só tenho visto crua ou cozida". (1) O relato nos permite visualizar o consumo de farinha de mandioca, em Recife, ainda na primeira metade do século XIX. Em 1821, cinco anos após o relato de Tollenare, Maria Graham, nos conta sobre sua passagem pelo Recife que nos mercados haviam: "(...) bolos de mandioca cozidos com leite de coco". (2) Haviam as casas ou engenhos de elaborar a farinha, na fotografia, em Serra Grande, Ouricuri, Pernambuco, no ano de 1957, temos um Engenho de Farinha, se observarmos com atenção e possível ver um forno de tijolos e mandioca pelo chão. Esse texto tem muito do diálogo com a Paula, do @sertão. que tem me possibilidade novos olhares sobre a relação entre mandioca e farinha em Pernambuco. Obrigada!!!
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✍🏽💬 E você? Já viu um Engenho ou Casa de Farinha? Me conta!
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📚✍🏽 Referências.
Título: Engenho de Farinha Serra Grande em Ouricuri (PE); ID: 11367; Autor: Domingues, Alfredo José Porto; Jablonsky, Tibor; Ano: 1957. 🔖 Qualquer óbice em relação a imagem por favor nos avisar.
(1) Tollenare, Louis François. Notas dominicais tomadas durante uma viagem em Portugal e no Brasil; p. 47. Apud, in: Equipamentos, usos e costumes da Casa Brasileira, coordenadora geral da coleção Marlene Milan Acayaba; organizador do volume Carlos Alberto Zeron. São Paulo: Museu da Casa Brasileira, 2000, p. 132
(2) Maria Graham, Diário de uma viagem ao Brasil e de uma estada nesse país durante parte dos anos de 1821, 1822, 1823, p. 116,117. Apud Acayaba, op. cit., p. 137.
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