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Goiabada.

Você sabia que havia consumo considerável de goiabada em Belém no século XIX? E que  uma parte da goiabada consumida provinha do Ceará ou Pernambuco? Assim, desde as últimas décadas do século XIX, em Belém, os restaurantes já anunciavam a oferta de goiabada, fazendo propaganda de seus serviços por meio de anúncios na imprensa periódica paraense, davam a conhecer aos seus clientes os seus cardápios, os quais são importantes fontes para o estudo da história da alimentação, sendo reveladores das mudanças de hábitos alimentares e, portanto, nas formas de consumo dos alimentos. A exemplo do Café Chic que em 14 de agosto de 1887 oferecia como sobremesa "goiabada (...) e frutas em calda (...) (1) Também era possível que a goiabada viesse de outras províncias. Em 1892, no jornal Diário de Notícias era anunciado já em depósito no mercado público que havia à venda de queijos do Ceará; doce de goiabada (...) Aliás, grande parte da goiabada que aportava em Belém naquele momento provinha do Ceará. (2) Adentrando o século XX, em 19 de abril de 1926, no jornal Folha do Norte, encontramos a oferta da "LEGITIMA GOIABADA marca "ROSA" fabricada genuinamente em Pesqueira (Pernambuco) e em cuja confecção só entram goiabadas". A goiabada Didier Pesqueira parecia ser bastante conhecida e apreciada sendo inclusive encontrada em "todos os estabelecimentos de 1° ordem desta praça". (3) Já em 1939, na Usina São Vicente, de propriedade de M. Santos & Filho, havia produção de doces diversos de frutas como a inigualável goiabada de pura goiaba, sendo que, para dar uma versão regional, aos doces de bananada e goiabada acrescentava-se castanha do Pará. O memorialista Alfredo Oliveira nos conta que na padarias de Belém de outrora era possível comer pão "com doces enlatados da São Vicente, cuja fábrica era na travessa Municipalidade (Reduto). Ganhava um sabor especial se goiabada, banana, cupuaçu (...)".(5) [Já falei sobre a Fábrica de Doces São Vicente em outro texto, para ler rola o feed].

Papai que é Nordestino sempre gostou de comer após as refeições um  bom pedaço de goiabada. E o hábito permaneceu. Aqui em casa ainda hoje se come um pão bem recheado de goiabada, já são duas gerações que apreciam um bom "sanduíche" de goiabada. Ou um pedaço de goiabada após as refeições. Quem nunca?

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📚✍️🏽Referências.

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(1)Diário de Notícias, 14 de agosto de 1887, p. 1.(2) Diário de Notícias. 5 a 26 de Julho de 1883. (3) Folha do Norte. 19 de abril de 1926.(4)Folha do Norte, 1 de janeiro de 1939.(5) Oliveira. Alfredo. Conflitos e sonhos de uma prendiz: memórias. Belém, 2015. p, 140.


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