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Foto do escritordaquiloquesecome

Grande Hotel.



"Entre os hotéis da capital paraense, um dos mais importantes, deixando marcas

na memória de várias gerações como exemplo de uma cidade e urbanidade que não existe mais, era justamente o Grande Hotel, que foi construído em 1913 por Ricardo Salvador Fernandes de Mesquita". (1) "Em anúncio ainda datado de 1949, o Grande Hotel descrevia parte de suas

instalações, sendo possível por meio dessas informações compreender sobre seu funcionamento. Dispunha então de “quarto para moradia”, o que indica moradores mais permanentes ou fixos, bem como “quarto de solteiro com banho” e “quarto de casal com banho” acompanhados de refeição. O hotel também recebia fregueses para as refeições e não apenas os hospedes. Ofertando Breakfast simples, Breakfast completo, almoços a “La Carte” e “Table d‟Hôte”.(2) Havia, então, no horário de almoço duas formas de serviço e, portanto, de consumo: uma seria a La Carte, quando o cliente escolhia por

meio do cardápio o que iria consumir; outra por meio da Table d‟Hôte, que consistia, como informa Shore, em ser a comida “posta na mesa, e os comensais a

compartilhavam” por um preço fixo.(3) Este serviço equivaleria aos Buffet dos dias atuais. Em Belém, pelo que vemos, o serviço de Table d‟Hôte do Grande Hotel seria diferente da ideia original da França, uma vez que o ambiente era um restaurante, onde além desse serviço funcionava o de La Carte ao mesmo tempo, ou seja, a estrutura seria a mesma de um restaurante, sendo que as

pessoas não precisam dividir a mesma mesa, porém se serviam dos pratos arrumados em uma grande mesa ou bancada.



O Grande Hotel contava ainda com Cocktails, servidos no Amazon Bar, que possuía salão com ar refrigerado. Já no bar do Terraço, ao ar livre, eram servidos “Refrescos-Sorvetes-Lunches”. Havendo ainda a oferta de serviço para casamentos, banquetes, cocktail, parties, reuniões e etc.(4) Ao longo do tempo, percebemos também que os serviços do Grande Hotel, vão se modificando. Em 1950, na Folha do Norte, se anunciava o interesse de se abrir uma boite, com equipamentos modernos como, por exemplo, “ar refrigerado”.(5) O Grande Hotel, um dos mais sofisticados da cidade de Belém, funcionou durante 53 anos, na Avenida Presidente Vargas. Encerrou as suas atividades em 30 de junho de 1966, sendo fechados também o restaurante, a churrascaria, o bar, a barbearia e a boate. Na época, teve como cardápio do último jantar: “melão com presunto, filé de pescada à provençal, pernil de leitão assado à carioca, peru à brasileira e torta de maçã”.(6)Nas fotografias de Robert Swanton, de 1935, temos a calçada em frente ao Grande Hotel, onde as mesas do Café compunham o cenário. Na primeira temos a vista do Grande Hotel com vista para o café na calçada em Belém.



Na segunda imagem intitulada "caminhando pelo café na calçada do lado de fora do Grande Hotel em Belém", além das mesas é possível ver duas pessoas passando. Qual seria o destino deles?

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📚✍🏽 Referências.

📸 Title: Brazil, view from Grande Hotel overlooking sidewalk café in Belém. Part of Set Robert S. Platt Collection I. Date of Photograph: 1935.Photographer: Platt, Robert S. (Robert Swanton), 1891-1964.

Café na calçada fr.[da] janela do Grande Hotel. 📸TitleBrazil, walking through sidewalk café outside Grande Hotel in BelémPart of SetRobert S. Platt Collection I

University of Chicago, 1982. Repository American Geographical Society Library, University of Wisconsin-Milwaukee LibrariesRightshttps://uwm.edu/libraries/digital-collections/copyright-digcoll/Digital PublisherUniversity of Wisconsin-Milwaukee LibrariesDigital

(1)(2) Macêdo, Sidiana da Consolação Ferreira de. A Cozinha Mestiça uma história da alimentação em Belém. (Fins do século XIX e início do século XX). PPGHIST. UFPA, 2016. p. 48/49

http://repositorio.ufpa.br/jspui/handle/2011/8849 (3) SHORE, Elliott. Jantando Fora: o desenvolvimento do restaurante. In: A história do sabor (org) Paul FREEDMAN. São Paulo: Editora Senac São Paulo. 2009.

p. 303. (4) Folha do Norte, 24 de abril de 1949, p. 2. (5) Folha Norte, 4 de abril de 1950, p. 8. (6) Cf. PINTO, Lúcio Flávio. Memória do Cotidiano. Vol -5. Belém: Edição do Autor; outubro de 2012, p. 87.

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