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Maçã do amor & Círio de Nazaré.



Nas minhas memórias de criança, sobre o arraial de Nazaré,  nos idos dos anos 90, do século XX, sempre lembro das maçãs do amor. Eu já chegava no arraial, pedindo para mamãe ou minha tia que queria a bendita maçã do amor. Aqui, paraense deve ir ao menos um dia no arraial de Nossa Senhora de Nazaré,  ou não viveu realmente o Círio, a quadra Nazarena, sempre teve papel importante na vida do paraense. E se tem um "doce" que é  a cara do arraial de Nossa Senhora de Nazaré, em Belém, é a maçã do amor. Impossível para um paarense não ter uma única memória do arraial do Círio de Nazaré sem aquelas maçãs vermelhas comidas com corante vermelho e uma camada de confeito colorido, postas nos carrinhos de vendedores ambulantes, no entorno do arraial. Prontas para serem consumidas pelos frequentadores, promesseiros e romeiros do arraial. Muitas crianças e adultos já vinham para o arraial pensando nas famosas  e brilhantes maçãs do amor. Mas, você sabe qual a origem das maçãs do amor? Quando surgiu? Onde surgiu? E como veio parar aqui no Brasil? Não? Então vem comigo conhecer um pouquinho mais sobre esse acecipe que é tão cara do Círio de Nazaré. Segundo a professora Maria Luiza Bullentini Facury [Em seu vídeo no YouTube sobre a maçã do amor, vou colocar nos stories o link]. A maçã do amor, surgiu por volta de 1908, nos Estados Unidos, quando doceiro William Kolbe, resolveu vender para o Natal maçãs banhadas em corante vermelho e canela. (1) E ainda, as maçãs banhadas em calda de açúcar ganharam popularidade e a ideia se espalhou, sendo vendida nos espetáculos circenses. Aqui no Brasil,  as maçãs do amor ganham notoriedade sendo vendidas também nas festas juninas. Segundo a professora Maria Luiza, as maçãs do amor chegaram no Brasil, por volta de 1959, em São Paulo, quando a família do espanhol Antônio Farre Martinez, chegada ao Brasil em 1954 e que sabia fazer doces, começou a vender a maçã do amor caramelizada em calda de açúcar com corante.(2) Segundo ainda, a jornalista Gabriela Gasparin, do Agora, da Folha de São Paulo, "O irmão de Antonio, Ramon Farre Martinez, 77 anos, se inspirou nas frutas caramelizadas chinesas, como a uva e o abacaxi" (3) só que optaram pela maçã. E ainda,  aquela época o doce era ofertado pelos rapazes as moças que estavam cortejando. (4) A partir daí, a maçã do amor se espalha Brasil afora e ganha o "coração" dos participantes de espetáculos circenses e das festas populares como as festas juninas e o arraial. Em Belém,  no arraial de Nossa Senhora de Nazaré até os dias de hoje encontramos as maçãs do amor sendo comercializadas e bastante procuradas nas noites da quadra Nazarena. Elas são parte importante dos sabores associados a essa época do ano aqui. Nos dias de hoje, aparecem também as uvas caramelizadas e a versão banhadas em chocolate. [Tanto da maçã quanto das uvas].Mas, as maçãs com calda de açúcar em corante vermelho e muitas vezes uma grossa camada de confeito colorido, tão tradicionais do Círio, estão sempre por lá. [E pra quem quer fazer maçã do amor, lá nos stories tem uma receita]

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💬 E você? Gosta de maçã do amor? Qual tua memória sobre ela? Me conta!


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📚✍️🏽 Referências.


🛎 conteúdo deste blog está protegido pela lei n° 9.610 datada de 19-02-1998.


Ao utilizá-los, não se esqueça de dar os créditos.


📸 Foto do acervo pessoal da autora.


Sidiana Macêdo,  Belém, 2019.


(1)(2)Maria Luiza Bullentini Facury. Maçã do amor e sua história em homenagem ao Dia dos Namorados. In: https://youtu.be/i8ay1sYW-G0 acessado em setembro de 2022.


(3)(4) Gabriela Gasparin. Doce romântico,  maçã do amor completa 50 anos de sucesso. Agora, Folha de São Paulo, 12 de junho de 2009. In: https://agora.folha.uol.com.br/saopaulo/ult10103u580107.shtml



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