Eu realmente não poderia falar de literatura e práticas alimentares e não falar de Orgulho e preconceito, de Jane Austen, um dos meus preferidos e que tão bem retrata a sociedade, eu sempre acho os personagens de Jane muito reais pra época e fora dela também. Ou vocês não conseguem visualizar pessoas que se "parecem" com os personagens de Austen? Pois bem, Orgulho e Preconceito, um dos mais conhecidos livros da autora, tem em torno da mesa muitas de suas cenas principais.
Orgulho e Preconceito ( Pride and Prejudice) é um romance, escrito em 1797, mas somente publicado pela primeira vez em 1813, a autora terminou seu livro antes de completar 21 anos, em Hampshire, local onde ela morava.
O livro conta a história de Elizabeth Bennet, a sua família, a sociedade a época e seu romance com Sr. Darcy. Ele permite uma leitura atenta e muito crítica da sociedade e como ela pensava sobre educação feminina, casamento, cultura e também como vivia a aristocracia inglesa em pleno século XIX.
A cena do filme, reproduz a visita de Sr. Collins, que desejava pedir a mão dela em casamento, na verdade ele queria uma esposa, porque quando chega na casa dos Bennet, o propósito é pedir a mão de Jane, contudo, como ele vê que ela está "envolvida" com Bingley ele resolve tentar a irmã desta.
Notem a mesa farta, uma mesa de classe aristocrática. Muita comida: pão chegando "quentinho", ovos, leite, chá e outros itens comuns ao café da manhã vitoriano daquela época, notem que havia um pernil inteiro a mesa!
Segundo Pauline Kisner, "Toda refeição da classe alta era uma demonstração da riqueza da família, o que incluía o uso de porcelanas finas, faqueiro de prata e uma observação estrita da etiqueta. Uma família rica tinha acesso a todo tipo de alimentos com os quais a maioria dos operários podia apenas sonhar, a começar com o pão branco. (...) Dificilmente o café da manhã de uma casa rica seria servido antes das 10h. Sem a obrigatoriedade do trabalho, e com os vários compromissos sociais que muitas vezes iam madrugada adentro, homens e mulheres ricos levantavam consideravelmente mais tarde".(1)
As famílias como de Lizzy, viviam de rendas, aliás, falava-se muito sobre como os personagens masculinos ganhavam anualmente, já que isso refeltia sua posição social. Como nos esclarece Franco a Inglaterra "assistiu a grandes excessos da mesa. Os ricos comiam e bebiam desmedidamente".(2) Assim, nas palavras de Pauline Kisner: "O café da manhã das famílias (...) ricas podiam ter costeletas assadas, ostras em conserva, camarões, rabanetes, passarinhos assados ou fritos, ouefs en cocotte (...) salmão defumado, presuntos e queijos finos, caviar russo (que na época já tinha a fama de ser o melhor do mundo), croquetes de peixe, rins de ovelha cozidos, maionese de peixes finos, torta de pombos, hambúrguer de frango, blanquette de cordeiro, filés de peixe ao molho de ervas…era um cardápio caro, variado e que mais parecia um almoço! Para acompanhar tudo isso, café de excelente qualidade (...) leite e suco de frutas". (2) Sem falar no chá, também presença "obrigatória".
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O café da manhã era um verdadeiro almoço se compararmos com os dias atuais, não!?
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📚✍🏽 Referências.
📽 Filme Orgulho e Preconceito; 2005 ‧ Romance/Drama ‧ Data de lançamento: 10 de fevereiro de 2006 (Brasil); Diretor: Joe Wright, Música composta por: Dario Marianelli. 🔖 Qualquer óbice ao vídeo por favor nos avisar. Uso Educacional.
📸 Página de título da 1° edição; Jane Austen; GêneroRomance, EditoraT. Egerton, Whitehall; Lançamento28 de janeiro de 1813; Páginas278; Edição portuguesaTradução: Ersílio Cardoso
Álvaro Serpa; Editora Editorial Inquérito; Lançamento: 1943.(1)(3) Pauline Kisner. O café da manhã VITORIANO.10 de janeiro de 2019.In:http://amodistadodesterro.com/cafe-da-manha-vitoriano/ acessado em 5 de julho de 2021. (3) Franco, Ariovaldo. De caçador a gourmet: uma história da Gastronomia. 4° ed. Rev. São Paulo:Editora Senac São Paulo, 2006, p. 202.
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