Na Amazônia, como dito anteriormente, o pilão era utensílio diário e muito importante. Tinha diversos usos e aparece constantemente na literatura regional. Os viajantes Spix e Martius nos falam sobre o uso do pilão para fazer o guaraná. Assim, "O fabrico, como me mostrou o índio de Tupinambarana, era o seguinte: — O arbusto do guaraná (Paullinia sorbilis Mart.) tem as suas sementes maduras em outubro e novembro. Soltam-se da cápsula e são expostas ao sol quando estão bastante secas, ao ponto de soltar, se esfregadas com o dedo, o arilo branco que as envolve à metade, deitam-se num pilão de pedra ou sobre uma chapa côncava de grés bem duro, aquecida embaixo por brasas. Ali são reduzidas a pó fino, que se mistura com um pouco de água, ou expõe-se ao sereno, até que se deixe amassar, formando-se uma pasta.Juntam-se à massa algumas sementes inteiras ou pedacinhos, e enrola-se o todo na forma preferida, em geral cilíndrica, ou com ponta, tendo de 12 a 16 onças de peso, o comprimento de cinco a oito polegadas, com grossura correspondente e mais raramente em forma de bola. Ao sol ou exposta à fumaça no interior das cabanas, a pasta, colocada junto do fogo, seca até considerável dureza, e torna-se tão difícil de quebrar, que é preciso cortá-la a machado. Depois é empacotado o gua-raná, entre folhas largas de Scitaminae em cestos ou sacos, e, quando não é exposto a muita umidade, conserva-se por muitos anos, sem se estragar".(1) O uso do pilão em diversas receitas ao longo do Brasil foi extremamente importante. Nesse sentido, encontramos em A. J. SAMPAIO o pilão para fabricação de gergelim. Segue a descrição: "gergelim ou sêsamo (...) condimento, usado por exemplo no cuxá e em doces. Chama-se também gergelim ou gingilim à farinha, muito fina, do amendoim torrado, socado cm pilão com açucar, em Campos (E. do Rio)" (2) Já na Bahia, no livro de Manuel Querino, encontramos o uso do pilão na receita de "Bolas de Inhame" o autor nos diz: Bolas de Inhame "Despido da casca, lava-se o inhame com limão e coze-se com pouco sal. Em seguida é pisado em pilão e da massa se formam bolas grandes que são servidas com caruru ou efó"(3)
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📚✍️🏽 Referências.📌 Lembramos que se você faz uso dos meus textos, peço que dê os créditos e faça a citação. Afinal, aí reside a riqueza da literatura bibliográfica: a sua diversidade de obras. 🛎O conteúdo deste blog está protegido pela lei n° 9.610 datada de 19-02-1998. Ao utilizá-los, não se esqueça de dar os créditos. 📸 Canva. (1)SPIX, Johann Baptiste Von & MARTIUS, Carl Friedrich Philippe von. Viagem pelo Brasil. (1817-1820). Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1938, p, 190. (2)A.J. SAMPAIO, A Alimentação Sertaneja e do interior da Amazônia. Companhia Editora Nacional. Rio de Janeiro, 1944, p. 260. (3) Autor: Querino, Manuel, A arte culinária na BahiaEditor: Salvador : Livraria Progresso EditoraData do documento: 1957. Sem numeração. Domínio Público.Coleções:Livros Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin. https://digital.bbm.usp.br/handle/bbm/3998 p, 35.
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