A pupunha pode ser encontrada para venda nas feiras e mercados. Entretanto, era/é parte da cultura alimentar em Belém, comprar pupunha cozida em tabuleiros pelas esquinas das ruas, e aliás, essa é um cena que compõem à vida da cidade de Belém, ao longo do tempo.
Alfredo, personagem de Dalcídio Jurandir, no início do século XX, ao andar pela cidade de Belém, vindo do interior, se encanta com a cidade. Deste modo o menino narra que: "Deveria fingir indiferença, mostrar que era menino habituado a ver Belém. Mas durou pouco essa prudente resolução. Deixou-se
caminhar pela pracinha deserta, entregue ao seu deslumbramento. E livremente estaria pronto para exclamar de novo sobre o que visse, pedras da rua, o tequeteque com o seu armarinho às costas, tabuleiros de pupunha, quiosques, o que ia vendo, pela primeira vez, homens em bicicletas, colegiais, engraxates, meninos tão sozinhos, donos de seus
pés, a apanhar bonde, e bichos, lojas, aqueles anúncios ah, grandes, por
cima das casas (...) A pupunha ainda hoje pode ser encontrada para venda em tabuleiros. Além dos tabuleiros, a pupunha também era oferecida pelos pregões dos vendedores ambulantes que percorrendo a cidade gritavam quase cantando "pupunhaaaaa" como descrito também por Dalcídio Jurandir: "(...) seguindo-se o grito do vendedor de pupunha".(2) Nos bairros mais afastados do centro, outra prática da venda de pupunha era comum, a venda de pupunha cozida nas janelas das casas: "Alfredo tinha atravessado aquele palhoçal pobre da Castelo Branco, saltando lama e valas, (...) roupas quarando no meio da rua, linhas de papagaio que os meninos empinavam, pupunhas cozidas à venda nas janelinhas".(3) Eu por aqui vou continuar a leitura imaginando a Belém de Dalcídio que ainda hoje se encontra..."pupunhas cozidas à venda nas janelinhas...".
.
.
.
📚✍️🏽Referências.
🛎O conteúdo deste blog está protegido pela lei n° 9.610 datada de 19-02-1998. Ao de utilizá-los, não se esqueça de dar os créditos.
📸 Acervo Pessoal da Autora.
(1)(2)(3)Dalcídio Jurandir, Belém do Grão Pará, Livraria Martins: São Paulo, 1960. p. 15;16; 65.
Kommentare