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Quaresma e Jejum.



Falar sobre a Quaresma também é ouvir e dizer sobre o Jejum. "A palavra jejum deriva do latim “jejunus,a,um”, pelo latim “jajunus”, que está em jejum".(1)

Desde o século IV, com a conversão do Imperador Constantino e o estabelecimento do Cristianismo com religião oficial do Império Romano, a prática do jejum toma lugar nas práticas do catolicismo, mas, pouco praticada, somente a partir do século VI que o hábito de jejuar torna-se na Igreja Católica sistemático. O historiador Roy Strong nos aponta que: "Na Igreja Ocidental, as quartas-feiras e sexta-feiras tornaram-se dias de jejum, que também precedia o batismo e acompanhava qualquer penitência prolongada. Inicialmente prática apenas da Sexta-feira Santa à manhã de Páscoa, estendeu -se de início por toda a Semana Santa, depois, (...) pelos 40 dias que vieram a ser chamados de Quaresma".(2) É importante dizer que o jejum não "nasce" com a Igreja Católica, o hábito já era utilizado pela tradição judaica. Nesse sentido, tornou-se lugar comum, reproduzidos na literatura, filmes e ainda na nossa memória a ideia do fazer jejum a pão e água. Mas, Por que jejum a "pão e água"? Por que o pão? (No texto anterior falamos sobre o consumo do pão sem fermento). O pão desde a Antiguidade tem um significado simbólico imenso. É considerado sagrado aos cristãos. Quem nunca ouviu de alguém na família que não se pode jogar pão fora? Que se você for jogar fora um pedaço de Pão, tem que dar um beijo antes e pedir "perdão" a Deus baixinho? Para que não falte nenhum alimento na casa! O pão em diversas culturas é considerado um alimento da vida, que deve ser respeitado. Muitos contos antigos tem como figura central o pão. Ele está presente até na hora da morte. A Bíblia nos mostra como o pão ganha importância simbólica. "O milagre dos peixes e pães", "A ultima Ceia" são momentos em que o pão é associado a vida e a fartura. Como nos ponta o historiador Heinrich Jacob, Cristo "ao proferir a oração do pai-nosso, havia pedido ao Pai "o pão nosso de cada dia", e naturalmente também porque na última ceia havia dito, pegando o pão: "Tomai e comei! Este é meu corpo!". (3) Tão importante era essa relação que na missa a cena do "Tomai e comei" era reproduzida cotidianamente. Essa associação ao longo do tempo fez do pão um alimento considerado sagrado. A fé que se desenvolve em torno dos três símbolos, que são alimentos: o pão, o óleo e o vinho.

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📚✍🏽 Referências.

📌 Lembramos que se você faz uso dos meus textos, peço que dê os créditos e faça a citação. Afinal, aí reside a riqueza da literatura bibliográfica: a sua diversidade de obras.

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🖼 Vicente Juan Masip: A Última Ceia

Artista: Vicente Juan Masip (–1579)

Nomes alternativosJuan de Juanes, Birth name: Vicent Joan Macip. Data de nascimento/falecimentocerca de 1510; 21 de dezembro de 1579. Local de nascimento/falecimentoLa Font de la Figuera (Land of Valencia)Bocairent.

Data: cerca de 1562. Técnica:Óleo sobre madeira. Dimensões: altura: 116,0 cm; largura: 191,0 cm. Coleção Museu do Prado. 🔖 Qualquer óbice em relação a imagem por favor nos avisar. Uso Educacional.

(1)https://www.google.com/amp/s/www.dicio.com.br/jejum/amp/ Acessado em 1 de abril de 2022.

(2)Strong, Roy. Banquete:uma história ilustrada da culinária dos costumes e da fartura à mesa. Trad: Sérgio Goes de Paula: com a colaboração de Viviane De Lamare. Rio de Janeiro:Jorge Zahar Editor Ed, 2004. p. 49.

(3) Jacob, Heinrich Eduard, Seis mil anos de Pão. Tradução José M. Justo. São Paulo: Nova Alexandria, 2003. p, 229.

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