Na casa de vovó sempre tinha uma garrafa de urucu, naquele cheiro e cor vermelha tão característico e que era utilizado na cozinha, um hábito herdado dos povos ancestrais, e que naquela época eu não imaginava sua origem. O belíssimo desenho do urucu (Bixa ) nos permite visualizarmos em seus detalhes o urucu e nos apresenta uma das plantas de maior uso pelos povos indígenas antigos da Amazônia. Um uso que permanece até os dias de hoje.
Seu nome de origem tupi, URU'KU que quer dizer "vermelho" é planta nativa da América. O urucu era de uso constante pelos grupos indígenas, segundo Raimundo Morais, o
"urucu- (Bixa orelana) - planta arbustiva de cujos frutos se extrai uma tinta vermelha, empregada na tatuagem de certos índios. Usam-na também na cozinha, à maneira do açafrão, para colorir certos pratos". (1)
Considerado como o açafrão da Amazônia, foi descrito por muitos viajantes que estiveram na Amazônia. Spix e Martius nos falam, nos idos de 1820, no Amazonas, sobre os produtos agrícolas dos índios Miranhas que: "as demais plantas, que vi cultivadas aqui, eram o aipim, a banana e o urucu". E ainda, "eles preparam, como muitas tribos de Surinam, uma fina fécula pulverizando o caroço e colhendo o precipitado da infusão aquosa". (3). Segundo João Barbosa Rodrigues: "[...] O pó que os índios denominam wakaka é afrodisíaco".(4) O urucu tinha uso medicinal já que era utilizado para os males do estômago (sementes).
E você? Quais as tuas memórias sobre o urucu?
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📚✍🏽Referências.
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🎨 Urucu (Bixa Orellana) Anônimo, s.d. Desenho, S/DIM. Jardim Botânico, Rio de Janeiro, Brasil. In: João Meirelles Filho. Grandes Expedições à Amazônia Brasileira 1500-1930. Metalivros. São Paulo, 2009. p, 75.🔖Qualquer óbice em relação a imagem por favor nos avisar.
(1) MORAIS, Raimundo. O meu dicionário de coisas da Amazônia. Brasília: Senado Federal, Conselho Editorial, 2013. P. 166. (2) (3) Spix e Martius. Viagem pelo Brasil (1817-1820) Rio de Janeiro, Imprensa Nacional 3v. p.344.
(4) João Barbosa Rodrigues. Hortus fluminensis ou breve notícia sobre as plantas cultivadas no Jardim Botânico do Rio de Janeiro. 1894, p. 19.
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