Sábadocom cartaz de "veganuary" produzido durante à época da II Guerra Mundial, com objetivo de incentivar a dieta e o racionamento de carne. Naquela época, cartazes como esse estavam inseridos na ideia dos "esforços de guerra" que deveriam ser feitos pelos civis.
O cartaz faz parte do acervo do Vamuseum @Vamuseum
Mas, você sabia que a história do vegetarianismo é muito antiga? E que ela se fortalece nos séculos XIX e XX em função das novas sensibilidades surgidas na sociedade? Vem comigo conhecer um pouquinho mais desta história. Segundo o historiador Keith Thomas, o vegetarianismo se fortalece no rol das novas sensibilidades do século XIX e XX, já que: "A crítica à domesticação de animais ia ainda amais fundo. Com efeito, uma vez aceito que os animais deviam ser tratados com gentileza, era inevitável que aumentasse a repulsa a matá-los para comer. A tradição de que o homem fora originalmente vegetariano era antiga e universal (...)".
Nesse sentido, "O vegetarianismo foi também estimulado pelo ensinamento cristão, pois todos os teólogos concordavam em que o homem não fora originalmente carnívoro(...) (1)
Por isso, muitos pensadores, filósofos e intelectuais passaram a discutir e elaborar pensamentos sobre o tema. Mas, é importante dizer que o vegetarianismo é mais antigo do que se pensa e o tema sozinho já permite a elaboração de um livro inteiro. Desde meados do século XVII, na Inglaterra, alguns "indivíduos que rejeitavam a carne, não por ser mal cozida ou por motivos ascéticos, mas por considerarem errado matar animais".(2) Nessa realidade, parte da sociedade passa a "sentir": "O constrangimento diante da alimentação carnívora fornece, assim, um exemplo da maneira pela qual, em fins do século XVIII, um número crescente de pessoas chegou a considerar o predomínio do homem sobre a natureza como um dado cada vez mais oposto às suas sensibilidades morais e estéticas".(3)
Importante dizer que o ativismo pela causa do veganismo tem alguns vieses além da tendência da alimentação em si, como nos apontam Márcia Pimentel Magalhães & José Carlos de Oliveira; a saber: o viés político, o viés feminista, pelo viés do Especismo e pelo viés da sustentabilidade. (4) E claro, pela questão de racionamento [ o controle de determinados alimentos] neste caso de carne em tempos de guerra, como nos infere o cartaz de divulgação da II Guerra Mundial.
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📚✍️🏽Referências.
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📸 Cartaz acervo Vamuseum @
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(1)(2)(3) Thomas, Keith. O homem e o mundo natural: mudanças de atitude em relação às plantas e aos animais, 1500-1800. Trad: João Roberto Martins Filho; consultor desta edição Renato Janine Ribeiro: Márcio Martins. São paulo: Companhia das Letras, 1988. p, 342; 344; 356.
(4) Veganism: historical aspects
Veganismo: aspectos históricos. Márcia Pimentel Magalhães & José Carlos de Oliveira. Programa de Pós- graduação em História das Ciências e das Técnicas e Epistemologia, Universidade Federal do Rio de Janeiro.Instituto de Nutrição Josué de Castro, Universidade Federal do Rio de Janeiro Escola Politécnica, Universidade Federal do Rio de Janeiro. Recebido: 4/12/2019 Aceito: 8/12/2019. Revista Scientiarum Historia, 2019, v.2.
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